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ABERTURA DO ANO JUBILAR

ABERTURA DO ANO JUBILAR

Neste domingo de Páscoa de 2021, celebramos a abertura do ano Jubilar – 150 anos da chegada ao Brasil da primeira comunidade missionária das Irmãs Franciscanas da Penitência e Caridade Cristã. Nosso coração se alegra e se eleva com gratidão a Deus Bom e Providente pelas bênçãos e graças derramadas na vida das Irmãs e de todos os colaboradores que construíram esta história com amor e doação. Deus nos conduziu como conduziu São Francisco, Santa Clara e Madre Madalena, nossos inspiradores e fundadores. Ele nos guia e seu Espírito sempre ilumina com esperança o nosso caminhar.

Toda missão é obra do Amor de Deus, que encoraja os corações simples e fraternos a colocar-se a caminho como resposta a um clamor. A história da missão das Irmãs Franciscanas da Penitência e Caridade Cristã no Brasil começou com uma carta escrita por Padre Guilherme Feldhaus para a Superiora, Madre Aloísia Lenders, que estava na Alemanha. Nesta carta, o superior da missão dos jesuítas no Rio Grande do Sul solicitou o envio de Irmãs para o Brasil, mais especificamente para São Leopoldo, a fim de assumirem a educação de crianças e jovens, filhas de imigrantes alemães.

Madre Aloísia viu neste apelo um aceno de Deus Bom e Providente. O padre Jesuíta pediu “Duas Irmãs em traje civil.” A superiora das Irmãs Franciscanas respondeu: “Ou seis Irmãs em seu traje religioso ou nenhuma!”  Em 1872, as seis Irmãs vieram, escolhidas dentre mais de uma centena de irmãs que se dispuseram a vir como missionárias ao Brasil: Madre Ana Moeller, Irmã Teresia Cremer, Irmã Maria Lichtenberg, Irmã Florência Hemsel, Irmã Alvina Ferbers, Irmã Ludgera Hellwig.

Sob a proteção de São José enfrentaram as dificuldades na longa viagem, durante toda quaresma do ano de 1872. No dia 31 de março, na radiosa manhã de Páscoa de 1872, o navio, trazendo entre seus passageiros as 6 irmãs missionárias, atracou em Porto Alegre. A nossa historiadora Irmã Benícia Flesch, referindo-se a este fato, diz: “Que alegria – e que decepção: ninguém no cais, à espera das missionárias! Com o atraso havido, ninguém soubera da chegada do vapor. Mas a Divina Providência não falhou. A presença das Irmãs foi notada e logo mais apareceram as pessoas encarregadas de acolhê-las e providenciar pela continuação da viagem. Embora houvessem preferido seguir imediatamente para São Leopoldo, as missionárias tiveram de esperar até a manhã de terça–feira quando um vaporzinho faria seu percurso costumeiro rio dos Sinos acima, pois na época não havia automóveis e a construção da estrada de ferro era apenas um projeto. Acompanhadas pela viúva Dona Maria Luíza Englert, e mais algumas senhoras, as Irmãs chegaram finalmente a seu destino, às 14h do memorável dia 02 de abril de 1872. A recepção foi solene, festiva, quase triunfal. Padre Feldhaus e numerosas pessoas – adultos, jovens, crianças, entre os quais pitorescamente se misturavam cabras e cães – esperavam as missionárias às margens do rio. Os sinos tocaram alegremente e, feitas as primeiras saudações, todos se dirigiram à igreja matriz – amplo recinto ainda sem bancos – para lá entoarem o ‘Te Deum’, o ‘Grosser Gott, wir loben Dich’”. E conclui a historiadora: “Após tantas peripécias e tanta proteção visível do Alto, era preciso derramar o coração diante do Senhor, para agradecer e louvar!(Livro: passo a passo uma caminhada Vol I)

Esta história de fé inabalável, de coragem ousada e de esperança confiante no Senhor que nos chama e sempre está conosco e nos conduz, continuou no decorrer destes 150 anos nas centenas de irmãs missionárias ativas, orantes e dedicadas, que tocaram corações e construíram histórias de boas samaritanas em cada tempo. A seu jeito, cada uma das irmãs, em sua missão colocou em prática o Evangelho de Jesus Cristo: Viu… sentiu compaixão… aproximou-se e cuidou…. 

Assim como no início, no decorrer dos 150 anos de missão, nas diferentes atividades e realidades de atuação das irmãs, muitas peripécias, dificuldades, privações e cruzes foram vivenciadas como também a visível proteção e o cuidado amoroso e misericordioso de Deus Bom e Providente sempre se fizeram presentes, animadas pela Palavra de Jesus Cristo: Eu estarei sempre com vocês, não tenham medo!

Neste domingo da Páscoa, em meio ao grande momento de dor, de incertezas e de cruz mas também de muito amor, doação, solidariedade pelo qual passa toda humanidade, queremos reafirmar a nossa fé, alegria e esperança e “derramar o coração diante do Senhor, para agradecer e louvar!”

As irmãs dedicaram ao fiel protetor São José, cuja pequena imagem carregavam consigo, a primeira obra missionária: o Colégio São José, que iniciou sua missão no dia 05 de abril de 1872. Com humildes começos, a missão das Irmãs de São Leopoldo se estendeu às 5 regiões do Brasil, à Guatemala e à Argentina.

Hoje nós, 373 Irmãs em duas Províncias Brasileiras, continuamos esta missão confiada a nós pela Bondade e Providência de Deus, nos diferentes campos de missão: na educação, na saúde, na pastoral paroquial e nos projetos sociais junto aos mais pobres, no cuidado de crianças, adolescentes, jovens e idosos, tocando corações e construindo histórias.

Neste ano especial dedicado a São José, pelo nosso querido Papa Francisco, pedimos mais uma vez, como as primeiras missionárias em alto mar, sua intercessão e sua bênção hoje por toda a humanidade, para que a Vida seja Salva. São José, padroeiro de nossa missão e que torna possível o que parece impossível, rogai por nós.

Por tudo somos agradecidas. Deus é Bom! Ele é muito Bom! Deus cuida!

Irmã Mônica de Azevedo
Ministra Provincial
Província do Sagrado Coração de Jesus
São Leopoldo-RS – Brasil

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