Testemunhos

Nossa série, “Testemunhos que tocam corações e constroem histórias”, apresenta hoje um pouco da trajetória de Irmã Ignêz Wenzel. Sua vida religiosa é marcada pelo compromisso missionário, na dedicação aos irmãos e irmãs, como presença franciscana em diversas realidades.
Seu testemunho inspira o caminho celebrativo rumo aos 150 anos de presença das Irmãs Franciscanas da Penitência e Caridade Cristã no Brasil!

IRMÃ IGNÊZ WENZEL

Irmã Ignêz Wenzel, filha de Balduino Antônio Wenzel e Armina Ferst Wenzel, nasceu aos 11 de agosto de 1938, no município de Cerro Largo, Rio Grande do Sul. A família cultivava as boas práticas religiosas: eram participativos na comunidade e celebrações e rezavam todas as noites o terço. Nesse ambiente, floresceram três vocações religiosas: Ignêz e sua mana Mª Leonilda se tornaram Irmãs franciscanas; e o mano Guido Edgar ordenou-se sacerdote jesuíta.
Desde pequena, nutria o desejo de ser Irmã religiosa. Em 1957, iniciou sua caminhada formativa no Postulado, em São Leopoldo e, em 03 de fevereiro de 1960, professou como Irmã Franciscana da Penitência e Caridade Cristã.
Passou, então, a integrar a Comunidade Nossa Senhora do Bom Conselho, em Porto Alegre, onde trabalhava com o magistério no Colégio e continuava seus estudos. Permaneceu por 10 anos nessa comunidade, sendo transferida, em fevereiro de 1970, para a Comunidade Santa Teresinha, também em Porto Alegre. Lecionou durante 3 anos no Colégio Santa Teresinha e no Colégio São João. Foi, então, para a Comunidade Santa Clara, onde trabalhou durante um ano na orientação das postulantes. Durante esse tempo, teve a oportunidade de concluir seus estudos: em 1965, graduou-se no Curso Superior de Ciências Religiosas e, em 1974, no Curso de Estudos Sociais, na UFRGS.
Em 1977, foi convidada a integrar a missão no Pará, mudando-se para Comunidade Mãe de Deus, em Altamira. Exercia o magistério e auxiliava nos diversos trabalhos pastorais. Além disso, também foi Ministra e Mestra das noviças. Com amor e empenho, colaborou com esta comunidade até 1989, quando foi para a Comunidade Santa Teresinha, na época Altamira e, posteriormente, Medicilândia. Por 13 anos, auxiliou esta comunidade nos diversos trabalhos pastorais e como Ministra local. Em 2013, recebeu o título honorífico de “Mérito Legislativo”, em reconhecimento pelos serviços prestados no município de Medicilândia.
Em 2002, retornou a Altamira e integrou a Comunidade Nossa Senhora de Nazaré, onde trabalhou nas diversas pastorais e grupos, sendo presença e testemunho franciscano. Em maio de 2021, foi transferida para a Comunidade Santa Elisabeth, onde vive seu apostolado atualmente.

Centenas de Irmãs, ao longo de quase 150 anos de presença franciscana no Brasil, foram “testemunhos que tocam corações e constroem histórias”. Na Vida Religiosa Consagrada, empenharam seus dons e conhecimentos a serviço dos irmãos e irmãs. Uma dessas missionárias, em nossa Província, foi Irmã Ivete Scarpini. Com suas mãos talentosas, soube embelezar o cotidiano das filhas de São Francisco e Madre Madalena. Acompanhe sua trajetória:

IRMÃ IVETE SCARPINI

Irmã Ivete nasceu em 12 de janeiro de 1932, em Erechim – Rio Grande do Sul. Mudou-se ainda pequena para São Leopoldo e iniciou seus estudos no Colégio São José. Ali cursou o Primário e Ginasial, mostrando especiais habilidades para desenho, pintura e trabalhos manuais. A convivência com as Irmãs Franciscanas despertou o desejo de seguir a vocação religiosa consagrada. Assim, foi admitida no postulado e, após os anos de formação, professou em 1963.
Dedicou-se à missão educativa, trabalhando no Ginásio Santo Antônio, em Estrela; no Colégio Imaculada, em Canoas; na Comunidade Nossa Senhora dos Anjos e na Pia Instituição Pedro Chaves Barcellos, em Porto Alegre; e no Colégio São José – onde esteve por mais de 30 anos.
Em suas anotações pessoais, deixou escrito: “Procurei servir com amor e alegria, enfeitando com cestas de flores os caminhos de minhas coirmãs”. E assim era Irmã Ivete no dia-a-dia: via-se nela a Irmã pronta a oportunizar alegria através de suas aptidões artísticas e a franciscana humilde, mais atenta em dar do que em receber.
Em 2005, passou a integrar a Comunidade Madre Madalena, em São Leopoldo. Ali continuou dedicada aos trabalhos manuais e assumiu o apostolado pastoral da visitação aos doentes e idosos.
Faleceu em 23 de dezembro de 2007, deixando seu testemunho de vida como dádiva de Deus a todos/as nós, que com ela nos unimos para louvar ao Senhor em ação de graças por suas filhas que semeiam a alegria e a beleza em nosso mundo.

Continuando nossa série “Testemunhos que tocam corações e constroem histórias”, partilhamos a vida e missão de Irmã Olinda van Santvoort. Nascida na Holanda, veio para o Brasil em 1910. Na nova pátria, doou-se em prol dos irmãos e irmãs.
Acompanhe sua história e celebre conosco, rumo aos 150 anos de presença das Irmãs Franciscanas no Brasil.

IRMÃ OLINDA VAN SANTVOORT

“Irmã Olinda, Irmã Bondade, Doçura e Dedicação; não Irmã, mas um anjo humano que Deus mandou para Santa Cruz”, assim foi descrita Irmã Olinda van Santvoort, por um morador de Santa Cruz do Sul.
Irmã Olinda nasceu em 18.12.1888, na Holanda. Ingressou na Congregação das Irmãs Franciscanas da Penitência e Caridade Cristã aos 19 anos, na ilha de Nonnenwerth. Ofereceu-se para o trabalho na Missão brasileira, chegando em São Leopoldo no ano de 1910. Trabalhou até 1912 no Instituto Nossa Senhora da Piedade, em Porto Alegre, sendo, então, transferida para a o Hospital, em Santa Cruz do Sul. Ali atuou, primeiro, na cozinha do estabelecimento e, despertando para o trabalho de enfermeira, devido à sua paciência, coragem e dedicação, passou a ocupar-se do cuidado dos doentes. Missão que desempenhou por quase 35 anos.
Em 1945, deu início a um novo apostolado, profundamente humano e social: percorria incansavelmente a cidade e o interior de Santa Cruz do Sul, na difícil tarefa de arrecadar recursos e donativos aos mais necessitados do Hospital. Os últimos anos de sua vida, ela dedicou à oração. Expressava-se para suas co-Irmãs: “Como Deus á bom, que me deixa este tempo para a oração!”
Em 1970, a cronista da Província retrata grande festa: “Santa Cruz viveu uma festa diferente em 1º de julho, quando Irmã Olinda von Zandvoort comemorou seu jubileu de diamante. Havia meses, todos falavam nessa data. E, no dia, compareceram mais de trezentas famílias para cumprimentá-la. Irmã Olinda foi uma das fundadoras do Hospital. Enfermeira dedicada, conquistou a confiança e a estima do povo. De constituição forte, ela carregava, sozinha, os doentes escada acima, quando ainda não havia outro recurso (…) noites ela passava à cabeceira dos enfermos”.
Tal dedicação não foi esquecida e Irmã Olinda, ao término do mesmo ano, foi declarada oficialmente “cidadã santa-cruzense”, pelos muitos benefícios prestados à população, durante os 60 anos em que viveu na cidade.
Irmã Olinda faleceu em 15 de abril de 1979, num Domingo de Páscoa. Seu testemunho de vida continua inspirando-nos hoje, na certeza de que as obras feitas por amor, agradam ao Bom Deus e tocam os corações dos irmãos e irmãs.

Continuando nossa série TESTEMUNHOS QUE TOCAM CORAÇÕES E CONSTROEM HISTÓRIAS, partilhamos a vida e missão de Irmã Conradina Munaro. Acompanhe, compartilhe e celebre conosco a vocação de nossas Irmãs, rumo aos 150 anos de presença no Brasil.

IRMÃ CONRADINA MUNARO

Alegre, desprendida e servidora: essas foram as características que marcaram a vida religiosa de Irmã Conradina Munaro.
Nascida em 03 de maio de 1909, em Nova Pádua, Rio Grande do Sul, foi a 11ª, dos 17 filhos do casal Valentim Munaro e Maria Sonda Munaro – ambos imigrantes italianos. Aos 12 anos, viveu o luto da perda da mãe e teve que assumir corresponsavelmente a educação dos irmãos menores. Essa vivência familiar, marcada pela profunda experiência religiosa, levou a jovem a procurar a vida consagrada.
Ingressou no juvenato, na cidade de Santa Cruz do Sul. Aos poucos, foi realizando seu caminho formativo, enfrentando as alegrias e dificuldades desse período. Em 19 de fevereiro de 1931, deu seu Sim a Deus, emitindo seus votos como religiosa Franciscana da Penitência e Caridade Cristã.
Em toda sua vida, dedicou-se às tarefas domésticas, com simplicidade e amor. Esteve em diferentes comunidades: Escola Santa Teresinha, em Santa Maria; Hospital Cristal, Escola Santa Clara, Pia Instituição Pedro Chaves Barcellos, Instituto Nossa Senhora Medianeira e Escola Santa Família, em Porto Alegre; Hospital Bom Jesus e Escola Nossa Senhora de Fátima, em Bom Jesus; e Colégio da Imaculada, no Bairro Rio Branco, em Canoas – onde esteve por 23 anos.
Nesta comunidade religiosa, foi sempre a co-Irmã amiga, pronta, ativa, inspirando ânimo e coragem, tanto na vida de oração, como nos demais aspectos do dia-a-dia. Nada lhe era demais: “Deixa que eu vou! Eu posso fazer! Eu vou buscar!”, eram palavras que sempre estavam presentes em seu jeito discreto, mas constante de ajudar quem precisasse.
Entre alunos, professores, pais e funcionários, foi igualmente presença dinâmica. No recreio, estava sempre atenta às crianças e se alguma tivesse um mal-estar, durante o horário das aulas, lá ia Irmã Conradina, pelas ruas do Rio Branco, graciosamente em sua bicicleta, para levar o doente à casa. Sempre realizava essas pequenas missões com muito gosto.
Outra tarefa que lhe enchia de felicidade era dedicar-se à igreja, trabalho assumido por ela até o dia de seu falecimento, em 12 de junho de 1987. Neste dia, como de costume, Irmã Conradina despertou a comunidade e, após as tarefas da manhã, dirigiu-se para a Igreja, pois queria deixá-la especialmente ornamentada para a festa da Santíssima Trindade. Por volta das 14 horas, o vigário local avisou a comunidade que a encontrara caída diante do altar. Fez sua Páscoa no local onde mais desejara estar: aos pés do sacrário. Certamente, o Deus Bom e Providente a acolheu em sua morada, generoso ao receber esta amável e dedicada filha.
Na celebração dos 150 anos da chegada das primeiras Irmãs Franciscanas da Penitência e Caridade Cristã ao Brasil, Irmã Conradina continua inspirando-nos para o caridoso dinamismo e à fidelidade ao Projeto de Deus.

 

Rumo aos 150 anos de presença das Irmãs Franciscanas da Penitência e Caridade Cristã no Brasil e vivendo o XXI Capítulo Provincial, queremos continuar a série “Testemunhos que Tocam Corações e Constroem Histórias” lembrando das muitas Irmãs que doaram e continuam doando suas vocações em prol dos irmãos e irmãs, como filhas de Madre Madalena.
Hoje apresentamos a história de Irmã Beltriz Zanotelli, que há 35 anos exerce seu apostolado junto à Comunidade Nossa Senhora do Brasil, no Bairro Santa Teresa, em Porto Alegre.

IRMÃ BELTRIZ GEMA ZANOTELLI

Irmã Beltriz nasceu em 10 de setembro de 1935, no vilarejo Rincão, município de Soledade. Aos 14 anos, foi para o Colégio Santo Antônio, em Estrela. Ali começou sua convivência diária com as Irmãs franciscanas.
Aos 17 anos, sentindo florescer o chamado de Deus, pediu permissão da família para ingressar na vida religiosa. Assim, afirmou convictamente seu “Sim” e professou em 1958. Em seus primeiros anos como Irmã professa, esteve na Comunidade do Colégio São José, na Escola Santa Família, no Ginásio Santa Teresinha e na Comunidade Nossa Senhora do Bom Conselho – período em que integrou a Comissão Regional de Vocações do Regional Sul 3 da CNBB.

Como Deus tem surpresas reveladas no caminhar, foi convidada, em 1976, a colaborar na fundação de uma comunidade missionária na Prelazia do Xingu, em Altamira, Pará. Ali trabalhou na escola local e também na animação da Pastoral da Juventude, vocações, CEBs e tantas outras tarefas, sendo presença franciscana de paz, amor e misericórdia.

Em 1980, retornando ao Rio Grande do Sul, foi chamada a fundar a Comunidade Nossa Senhora do Rosário, na Vila Madepinho, em Porto Alegre. Atendia a um grande número de vilas, ao redor. Em 1984, foi eleita Assistente Provincial, razão pela qual mudou-se para a Sede Provincial, em Porto Alegre.
Na dedicação ao projeto de Deus, foi novamente convidada a ajudar na fundação de uma comunidade. Desta vez, no Morro Santa Teresa, em Porto Alegre. Ali, frente aos grandes desafios de desenvolvimento e situações de vulnerabilidade social, construiu-se a Comunidade Nossa Senhora do Brasil. Em total entrega e simplicidade franciscana foi, pouco a pouco, ajudando, junto com suas co-Irmãs, a organizar as mulheres e homens daquela localidade. Há 35 anos, exerce sua missão inserida nesta comunidade, envolvendo-se nas dificuldades do povo e buscando recursos e auxílio para a construção de diversos projetos que promovam a vida.

Por ocasião do Jubileu de 50 anos de vida consagrada, escreveu: “Deus é muito bom. É bom demais para mim. Sou imensamente agradecida à minha família, aos meus amigos e amigas franciscanos e todo o povo da comunidade (…) Vi e experimentei o quanto sou amada. Estou vivendo a palavra de meu pai: Ser Irmã para sempre!

 

Continuando a série “Testemunhos que tocam corações e constroem histórias”, apresentamos hoje a vida e trajetória de Irmã Catharina Ortolan. Sua missão e apostolado nos inspiram no caminho celebrativo, rumo ao jubileu dos 150 anos da chegada das primeiras Irmãs Franciscanas ao Brasil.

IRMÃ CATHARINA ORTOLAN

Nascida em 02 de maio de 1930, em Guaporé, foi a décima filha do casal de agricultores, João e Izabel Ortolan. Ingressou no antigo juvenato do Colégio Santa Terezinha, em Porto Alegre. Seguindo seu processo formativo, esteve no postulado e noviciado na cidade de São Leopoldo. Em 1952, professou como Irmã Franciscana da Penitência e Caridade Cristã.
Irmã Catharina trabalhou em diversas comunidades da Província, exercendo a missão da enfermagem. Entre os locais que trabalhou, destacam-se os hospitais em Santa Cruz do Sul, Estrela e Bom Jesus.
Em 1973, juntamente com as Irmãs Ignês Hammes, Cecília Hammes e Miriam Inês Bersch, partiu para nova missão em Carinhanha, na Bahia. Ali foi bem acolhida pelo povo e dedicou-se ao cuidado da saúde das pessoas. Era solícita com quem procurava por auxílio, orientando e encaminhando, quando necessário, a buscar atendimento nos hospitais da região e, muitas vezes, ela própria acompanhava o/a enfermo/a até outras cidades.
Outra importante missão foi exercida junto à Comunidade Nossa Senhora das Graças, no Lar Santa Elisabeth, e, por quase 15 anos, colocou-se a serviço do cuidado de suas coirmãs e demais moradoras do Lar. Dizia sempre: “Em tudo o que fiz até aqui e por onde andei, não me arrependi de nada. Sou muito feliz!”
Em 2015, passou a integrar a Comunidade Santa Elisabeth e, ela que tanto cuidara da vida ao longo de sua trajetória, também recebeu os cuidados e atenção que necessitava. Completou sua missão terrena, dedicando-se à vida orante e, em 03 de julho de 2017, faleceu, aos 87 anos. Atendia, assim, ao chamado do Deus Bom e Providente, que desejou que sua filha retornasse a casa do Pai.
Seu testemunho de vida nos inspira a caminhar confiantes no projeto de Deus, com a certeza de que “ninguém vive para si mesmo ou morre para si mesmo. Se vivemos é para Senhor que vivemos, se morremos, é para o Senhor que morremos. Pertencemos ao Senhor!” (Rom. 14,

 

Continuando a série “Testemunhos que tocam corações e constroem histórias”, queremos fazer memória de Irmã Francisca Daudt. Sua vida e doação está ligada ao começo do discipulado das Irmãs Franciscanas no Brasil, pois seu “Sim” à vida religiosa consagrada deu-se junto ao primeiro grupo de Irmãs da Penitência e Caridade Cristã a realizarem a profissão religiosa no país. Acompanhe sua trajetória:

 IRMÃ FRANCISCA DAUDT

Irmã Francisca, filha de imigrantes alemães, nasceu em São Leopoldo, em 27 de julho de 1849. Integrou o grupo das primeiras Irmãs Franciscanas da Penitência e Caridade Cristã a realizarem sua profissão no Brasil, tornando-se filha de Madre Madalena em 1878.
Em seus primeiros anos de consagrada, serviu com alegria no Colégio Sagrado Coração de Jesus e no Colégio São José, como professora de trabalhos manuais. Em 1881, esteve no recém fundado Colégio Nossa Senhora dos Anjos, onde lecionou por 7 anos.
Foi, então, convidada por Madre Anna a compor o grupo de Irmãs que atendia o “Hospitalzinho Nossa Senhora das Dores” e, posteriormente, empenhou-se na missão da Santa Casa de Misericórdia, em Porto Alegre, conforme lê-se em sua necrologia: “quando as Irmãs assumiram a direção da Santa Casa, encontramos a Irmã Francisca em atividade lá nas enfermarias e na sala de operações, onde era muito estimada sua coadjuvação”.
Verdadeiro testemunho franciscano, foi simples, fiel e dedicada em sua trajetória de vida. No Centenário da Congregação, encenou Madre Madalena – “com quem tinha singular semelhança – exortando as Irmãs a cultivarem o espírito da fundadora, de estimar a pobreza e nunca negligenciar as coisas pequenas” (necrologia de Irmã Francisca Daudt, escrita em 1937).
Faleceu em 27.06.1937, em Porto Alegre, aos 88 anos.

 

Rumo aos 150 anos da chegada das primeiras Irmãs Franciscanas ao Brasil, continuamos a série “Testemunhos que tocam corações e constroem histórias”. Hoje, partilhamos a história de Irmã Marta Meyer:

IRMÃ MARIA MARTA MEYER

Irmã Maria Marta Meyer certamente fez jus ao que recebeu em sua profissão. Inspirada nas irmãs discípulas, dedicou-se ao servir, mas também soube manter vivo o espírito de oração.
Nasceu em 20 de janeiro de 1915, sendo batizada com o nome de Elsa. Aos 21 anos, ingressou no postulado e depois dos anos de formação, professou como Irmã Franciscana da Penitência e Caridade Cristã, em 1938.
Durante sua vida, seus campos de atuação se alternaram entre Estrela e Santa Cruz do Sul, trabalhando como enfermeira, na administração, superiora e em outras tarefas. Na chácara, em Novo Paraíso (Estrela), prestou seus serviços e nunca deixava ninguém sair dali sem levar os produtos que podia oferecer.
Irmã Marta tinha o espírito de serviço e era perspicaz administradora. Dirigiu por 6 anos o Hospital Estrela, onde esteve à frente de construções e reformas. Alegre e disponível, sabia trabalhar bem com suas co-Irmãs e funcionários e nutria especial dedicação aos animais e ao cultivo de flores e árvores frutíferas.
Em 1996, veio para o Lar Santa Elisabeth, onde recebeu os cuidados de saúde que necessitava. A ocupação dos seus dias foi a silenciosa oração e a aceitação daquilo que Deus lhe pedia.
Fez sua Páscoa em 08 de abril de 1997, aos 82 anos – vividos intensamente no carisma franciscano. Seu testemunho nos anima, no caminho para o jubileu dos 150 anos da chegada das primeiras Irmãs ao Brasil, a continuar plantando e cultivando as árvores do bem e as flores da alegria.

 

Continuando a série “Testemunhos que tocam corações e constroem histórias” partilhamos hoje a trajetória de Irmã Eunice Reichert. Ela, que tanto dedicou-se ao projeto de Deus, continua inspirando nossa Província e motivando-nos no caminho para a celebração dos 150 anos da chegada das Irmãs franciscanas no Brasil.

IRMÃ MARIA EUNICE REICHERT

Irmã Eunice, como era conhecida, nasceu em Forquetinha Alta – interior do município de Lajeado – no dia 29 de março de 1921. Filha de Nicolau e Maria Reichert, aprendeu com os pais sobre o amor a Deus e a partir do exemplo de um irmão e uma irmã, religiosos franciscanos, viu sua vocação desabrochar.

Consagrou-se a Deus em 1944, dedicando sua vida como Irmã Franciscana da Penitência e Caridade Cristã.

Formou-se em Letras Anglo-Germânicas, com habilitação para lecionar português, latim e inglês. Seu primeiro campo de apostolado foi o Colégio São José, em São Leopoldo. Após, esteve nos Colégios Nossa Senhora dos Anjos e Nossa Senhora do Bom Conselho, em Porto Alegre.

Na década de 1950, ante a decisão da Província de fundar uma Escola de Enfermagem em Porto Alegre, deu seu “sim” consciente e corajoso. Assim, mudou radicalmente seu apostolado: da sala de aula de adolescentes para junto do leito de enfermos e à frente de adultos que desejavam ser habilitados para o trabalho junto aos pacientes. Foi, então, enviada para São Paulo, juntamente com outras quatro Irmãs, e se preparou durante quatro anos e meio na Escola Superior de Enfermagem.

Ao regressar a Porto Alegre, em 1955, Irmã Eunice integrou-se às Irmãs da Santa Casa de Misericórdia, sendo nomeada diretora e professora da Escola de Auxiliares de Enfermagem e, pouco depois, também da Escola Superior de Enfermagem Madre Ana Moeller – ministérios assumidos e exercidos com amor, dedicação e competência.

Em 1981, Irmã Eunice passou a dedicar-se à Pastoral da Saúde e variados serviços em diferentes comunidades da Província. No final do ano de 1994, aos 73 anos de idade, foi transferida para o Lar Santa Elisabeth. Ali, cercada de carinho da comunidade, em especial de sua querida mana Irmã Alfrida, viveu os últimos anos de sua devotada vida.

Em 1º de novembro de 2004, fez sua Páscoa, indo fazer sua morada eterna junto ao Pai. Em sua despedida terrena, cercada de amigos, familiares e de suas co-Irmãs, foram lembrados os muitos gestos de amor e doação praticados por Irmã Eunice ao longo de sua caminhada.

Hoje, recordamos seu testemunho inspirador e celebramos a dedicação e doação de tantas Irmãs franciscanas, ao longo desses quase 150 anos, em especial, daquelas que se empenharam – e ainda se empenham – no cuidado da vida, na área da saúde. Certamente, assim como Irmã Eunice, são inúmeras trajetórias que tocam corações e constroem histórias!

No caminho para os 150 anos da chegada das primeiras Irmãs Franciscanas da Penitência e Caridade Cristã ao Brasil, lembramos as muitas filhas de Madre Madalena que dedicaram suas vidas para a realização do projeto de Deus. Hoje, queremos partilhar o testemunho de Madre Benícia Dahm.
Acompanhe a trajetória dessa missionária que “tocou corações e construiu histórias”:

 MADRE BENÍCIA DAHM

No início da missão das Irmãs Franciscanas da Penitência e Caridade Cristã no Brasil, diversas Irmãs vieram da Alemanha e exerceram seus discipulados em nosso país. Uma dessas missionárias chamava-se Irmã Benícia Dahm. Nascida em Wintersdorf – próximo a cidade de Tréveris – aos 29 de junho de 1880, fez sua profissão em 1903, embarcando para o Brasil em junho do mesmo ano.
Em seus primeiros anos na nova pátria, dedicou-se à missão de educadora no Colégio Sagrado Coração de Jesus, em Santa Cruz do Sul. Posteriormente, esteve no Colégio São José, em São Leopoldo, retornando para Santa Cruz em 1926.
Em 1931, foi transferida para o Colégio Bom Conselho, onde atuou como Ministra da Comunidade local até sua Páscoa, em 30 de maio de 1946. Foi exemplo de mestre e educadora e seu testemunho de vida inspirava a comunidade local. Uma de suas alunas, Consuelo Temes, teria sugerido o nome de “Madre Benícia” para batizar o grupo escolar situado na Lomba Grande, que posteriormente transformou-se em Instituto Estadual Madre Benícia (fonte: José Edimar de Souza – “o ‘Madre Benícia’ nas memórias de uma professora: o álbum de recordações de Cléris Becker”; tal registro também é encontrado nas crônicas de 1947, que relatam a feliz surpresa das Irmãs ao receberem ofício da Secretaria de Educação e Cultura do estado do Rio Grande do Sul, prestado essa homenagem a Madre Benícia).
De coração acolhedor, em suas últimas palavras, ao despedir-se de suas Irmãs, disse: “se eu trabalhei com animação, com grande animação, foi porque encontrei na amizade das senhoras a força para ir sempre avante.”

 

Continuando a série “Testemunhos que tocam corações e constroem histórias”, hoje queremos partilhar a biografia de Irmã Hedviges Loch.

 IRMÃ HEDVIGES LOCH

Deus certamente chama à missão homens e mulheres de coragem e grande desejo de doar-se aos irmãos e irmãs. Uma dessas filhas dedicadas foi a Irmã Hedviges Loch. Nascida em 07 de janeiro de 1914, em Forqueta – então pertencente ao município de Lajeado – a jovem Rosa Loch (nome de batismo de Irmã Hedviges) conheceu as Irmãs Franciscanas da Penitência e Caridade Cristã através da atuação das religiosas nos hospitais da região.
Foi aceita como juvenista no Hospital Santa Cruz e ingressou no postulado em 1935. No ano seguinte, recebeu o nome de Irmã Maria Hedviges, emitindo seus votos religiosos em 03 de fevereiro de 1937.
Seu primeiro campo de apostolado foi a Santa Casa da Misericórdia, em Porto Alegre. Ali atendia aos numerosos pacientes que vinham em busca dos serviços de Raio X, nos quais Irmã Hedviges especializou-se, fazendo diversos cursos.
Trabalhou em outras instituições nessa função, além de servir como Ministra Local nas comunidades. Esteve na Santa Casa, em Pelotas; no Hospital Centenário, em São Leopoldo; no antigo Sanatório Belém e no Hospital da Criança Santo Antônio, em Porto Alegre.
Em 1965, aceitou serenamente a missão de Ministra Provincial, inclinando-se às vontades de Deus e vivendo intensamente as mudanças na vida religiosa, na época do Concílio Vaticano II. Junto ao Conselho Geral e demais Ministras Provinciais, estando em Roma, pôde participar da solenidade de encerramento desse importante marco para toda a Igreja.
Em 1971, deixando as tarefas de Ministra Provincial, continuou sua dedicada trajetória junto as suas co-Irmãs e serviu por 6 anos no Hospital em Estrela. Posteriormente, foi acolhida no Hospital Santa Cruz, onde mais uma vez trabalhou no Raio X. Em 1990, com a fundação da Comunidade Nossa Senhora Rainha da Paz na instituição (atualmente a comunidade está localizada junto ao Pensionato São José, em São Leopoldo), Irmã Hedviges prontamente aceitou o convite e assumiu como Ministra Local.
Em 2003, foi transferida para o Lar Santa Elisabeth, em São Leopoldo, onde, sempre calma, atenciosa e agradecida, empenhou-se à vida de oração. Faleceu em 05 de agosto de 2007, véspera da Transfiguração do Senhor, retornando à casa do Pai Celeste. 

 

Nossa querida Irmã Frediana Hammes é a primeira Irmã que recordamos na série “Testemunhos que tocam corações e constroem histórias”. Ela assumiu com confiança o projeto franciscano de amor e cuidado para com todas as criaturas de Deus. Conheça sua biografia, que nos inspira a seguirmos confiantes no Deus Bom e Providente:

IRMÃ FREDIANA HAMMES

Nascida em 31 de maio de 1924, em Arroio do Meio, foi a primogênita de sete filhos. Desde muito cedo, dedicou-se ao cuidado dos irmãos menores e aos trabalhos domésticos. Ainda criança, manifestou o desejo de ser Irmã. Entretanto, permaneceu em casa, ajudando a família, até seus 23 anos, quando, então, foi trabalhar no Hospital na cidade de Estrela, Rio Grande do Sul.

Na convivência fraternal com as Irmãs que ali trabalhavam, encontrou o caminho de sua vocação e professou seus votos em 1952, dedicando-se a Congregação das Irmãs Franciscanas da Penitência e Caridade Cristã.

A primeira comunidade que a acolheu foi a Nossa Senhora do Bom Conselho, em Porto Alegre, onde realizou sua missão junto a cozinha do estabelecimento. Na cidade, também trabalhou nas comunidades Santa Clara e Santa Família. Com mesmo empenho, serviu no Hospital em Bom Jesus.

Em 1961, mudou-se para São Leopoldo, dedicando-se à padaria do Colégio São José. Em dezembro de 1973, integrou o grupo das fundadoras da Comunidade do Pensionato São José, atualmente Comunidade Madre Ana. Nesta, por 43 anos, cuidou da horta, do jardim, do pomar, da água e das abelhas. Inspirada no amor de Deus pela Sua criação, Irmã Frediana Hammes soube colocar-se à serviço para proteger e cuidar da Casa Comum, com suas mãos obreiras e seu coração atencioso.

Aos 94 anos de idade, fez sua entrega definitiva ao Pai, falecendo em 25 de junho de 2018 e deixando um bonito testemunho da vida franciscana.

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