Como Deus tem surpresas reveladas no caminhar, foi convidada, em 1976, a colaborar na fundação de uma comunidade missionária na Prelazia do Xingu, em Altamira, Pará. Ali trabalhou na escola local e também na animação da Pastoral da Juventude, vocações, CEBs e tantas outras tarefas, sendo presença franciscana de paz, amor e misericórdia.
Por ocasião do Jubileu de 50 anos de vida consagrada, escreveu: “Deus é muito bom. É bom demais para mim. Sou imensamente agradecida à minha família, aos meus amigos e amigas franciscanos e todo o povo da comunidade (…) Vi e experimentei o quanto sou amada. Estou vivendo a palavra de meu pai: Ser Irmã para sempre!
Continuando a série “Testemunhos que tocam corações e constroem histórias”, apresentamos hoje a vida e trajetória de Irmã Catharina Ortolan. Sua missão e apostolado nos inspiram no caminho celebrativo, rumo ao jubileu dos 150 anos da chegada das primeiras Irmãs Franciscanas ao Brasil.
Nascida em 02 de maio de 1930, em Guaporé, foi a décima filha do casal de agricultores, João e Izabel Ortolan. Ingressou no antigo juvenato do Colégio Santa Terezinha, em Porto Alegre. Seguindo seu processo formativo, esteve no postulado e noviciado na cidade de São Leopoldo. Em 1952, professou como Irmã Franciscana da Penitência e Caridade Cristã.
Irmã Catharina trabalhou em diversas comunidades da Província, exercendo a missão da enfermagem. Entre os locais que trabalhou, destacam-se os hospitais em Santa Cruz do Sul, Estrela e Bom Jesus.
Em 1973, juntamente com as Irmãs Ignês Hammes, Cecília Hammes e Miriam Inês Bersch, partiu para nova missão em Carinhanha, na Bahia. Ali foi bem acolhida pelo povo e dedicou-se ao cuidado da saúde das pessoas. Era solícita com quem procurava por auxílio, orientando e encaminhando, quando necessário, a buscar atendimento nos hospitais da região e, muitas vezes, ela própria acompanhava o/a enfermo/a até outras cidades.
Outra importante missão foi exercida junto à Comunidade Nossa Senhora das Graças, no Lar Santa Elisabeth, e, por quase 15 anos, colocou-se a serviço do cuidado de suas coirmãs e demais moradoras do Lar. Dizia sempre: “Em tudo o que fiz até aqui e por onde andei, não me arrependi de nada. Sou muito feliz!”
Em 2015, passou a integrar a Comunidade Santa Elisabeth e, ela que tanto cuidara da vida ao longo de sua trajetória, também recebeu os cuidados e atenção que necessitava. Completou sua missão terrena, dedicando-se à vida orante e, em 03 de julho de 2017, faleceu, aos 87 anos. Atendia, assim, ao chamado do Deus Bom e Providente, que desejou que sua filha retornasse a casa do Pai.
Seu testemunho de vida nos inspira a caminhar confiantes no projeto de Deus, com a certeza de que “ninguém vive para si mesmo ou morre para si mesmo. Se vivemos é para Senhor que vivemos, se morremos, é para o Senhor que morremos. Pertencemos ao Senhor!” (Rom. 14,
Irmã Francisca, filha de imigrantes alemães, nasceu em São Leopoldo, em 27 de julho de 1849. Integrou o grupo das primeiras Irmãs Franciscanas da Penitência e Caridade Cristã a realizarem sua profissão no Brasil, tornando-se filha de Madre Madalena em 1878.
Em seus primeiros anos de consagrada, serviu com alegria no Colégio Sagrado Coração de Jesus e no Colégio São José, como professora de trabalhos manuais. Em 1881, esteve no recém fundado Colégio Nossa Senhora dos Anjos, onde lecionou por 7 anos.
Foi, então, convidada por Madre Anna a compor o grupo de Irmãs que atendia o “Hospitalzinho Nossa Senhora das Dores” e, posteriormente, empenhou-se na missão da Santa Casa de Misericórdia, em Porto Alegre, conforme lê-se em sua necrologia: “quando as Irmãs assumiram a direção da Santa Casa, encontramos a Irmã Francisca em atividade lá nas enfermarias e na sala de operações, onde era muito estimada sua coadjuvação”.
Verdadeiro testemunho franciscano, foi simples, fiel e dedicada em sua trajetória de vida. No Centenário da Congregação, encenou Madre Madalena – “com quem tinha singular semelhança – exortando as Irmãs a cultivarem o espírito da fundadora, de estimar a pobreza e nunca negligenciar as coisas pequenas” (necrologia de Irmã Francisca Daudt, escrita em 1937).
Faleceu em 27.06.1937, em Porto Alegre, aos 88 anos.
Rumo aos 150 anos da chegada das primeiras Irmãs Franciscanas ao Brasil, continuamos a série “Testemunhos que tocam corações e constroem histórias”. Hoje, partilhamos a história de Irmã Marta Meyer:
Irmã Maria Marta Meyer certamente fez jus ao que recebeu em sua profissão. Inspirada nas irmãs discípulas, dedicou-se ao servir, mas também soube manter vivo o espírito de oração.
Nasceu em 20 de janeiro de 1915, sendo batizada com o nome de Elsa. Aos 21 anos, ingressou no postulado e depois dos anos de formação, professou como Irmã Franciscana da Penitência e Caridade Cristã, em 1938.
Durante sua vida, seus campos de atuação se alternaram entre Estrela e Santa Cruz do Sul, trabalhando como enfermeira, na administração, superiora e em outras tarefas. Na chácara, em Novo Paraíso (Estrela), prestou seus serviços e nunca deixava ninguém sair dali sem levar os produtos que podia oferecer.
Irmã Marta tinha o espírito de serviço e era perspicaz administradora. Dirigiu por 6 anos o Hospital Estrela, onde esteve à frente de construções e reformas. Alegre e disponível, sabia trabalhar bem com suas co-Irmãs e funcionários e nutria especial dedicação aos animais e ao cultivo de flores e árvores frutíferas.
Em 1996, veio para o Lar Santa Elisabeth, onde recebeu os cuidados de saúde que necessitava. A ocupação dos seus dias foi a silenciosa oração e a aceitação daquilo que Deus lhe pedia.
Fez sua Páscoa em 08 de abril de 1997, aos 82 anos – vividos intensamente no carisma franciscano. Seu testemunho nos anima, no caminho para o jubileu dos 150 anos da chegada das primeiras Irmãs ao Brasil, a continuar plantando e cultivando as árvores do bem e as flores da alegria.
Continuando a série “Testemunhos que tocam corações e constroem histórias” partilhamos hoje a trajetória de Irmã Eunice Reichert. Ela, que tanto dedicou-se ao projeto de Deus, continua inspirando nossa Província e motivando-nos no caminho para a celebração dos 150 anos da chegada das Irmãs franciscanas no Brasil.
Irmã Eunice, como era conhecida, nasceu em Forquetinha Alta – interior do município de Lajeado – no dia 29 de março de 1921. Filha de Nicolau e Maria Reichert, aprendeu com os pais sobre o amor a Deus e a partir do exemplo de um irmão e uma irmã, religiosos franciscanos, viu sua vocação desabrochar.
Consagrou-se a Deus em 1944, dedicando sua vida como Irmã Franciscana da Penitência e Caridade Cristã.
Formou-se em Letras Anglo-Germânicas, com habilitação para lecionar português, latim e inglês. Seu primeiro campo de apostolado foi o Colégio São José, em São Leopoldo. Após, esteve nos Colégios Nossa Senhora dos Anjos e Nossa Senhora do Bom Conselho, em Porto Alegre.
Na década de 1950, ante a decisão da Província de fundar uma Escola de Enfermagem em Porto Alegre, deu seu “sim” consciente e corajoso. Assim, mudou radicalmente seu apostolado: da sala de aula de adolescentes para junto do leito de enfermos e à frente de adultos que desejavam ser habilitados para o trabalho junto aos pacientes. Foi, então, enviada para São Paulo, juntamente com outras quatro Irmãs, e se preparou durante quatro anos e meio na Escola Superior de Enfermagem.
Ao regressar a Porto Alegre, em 1955, Irmã Eunice integrou-se às Irmãs da Santa Casa de Misericórdia, sendo nomeada diretora e professora da Escola de Auxiliares de Enfermagem e, pouco depois, também da Escola Superior de Enfermagem Madre Ana Moeller – ministérios assumidos e exercidos com amor, dedicação e competência.
Em 1981, Irmã Eunice passou a dedicar-se à Pastoral da Saúde e variados serviços em diferentes comunidades da Província. No final do ano de 1994, aos 73 anos de idade, foi transferida para o Lar Santa Elisabeth. Ali, cercada de carinho da comunidade, em especial de sua querida mana Irmã Alfrida, viveu os últimos anos de sua devotada vida.
Em 1º de novembro de 2004, fez sua Páscoa, indo fazer sua morada eterna junto ao Pai. Em sua despedida terrena, cercada de amigos, familiares e de suas co-Irmãs, foram lembrados os muitos gestos de amor e doação praticados por Irmã Eunice ao longo de sua caminhada.
Hoje, recordamos seu testemunho inspirador e celebramos a dedicação e doação de tantas Irmãs franciscanas, ao longo desses quase 150 anos, em especial, daquelas que se empenharam – e ainda se empenham – no cuidado da vida, na área da saúde. Certamente, assim como Irmã Eunice, são inúmeras trajetórias que tocam corações e constroem histórias!
No caminho para os 150 anos da chegada das primeiras Irmãs Franciscanas da Penitência e Caridade Cristã ao Brasil, lembramos as muitas filhas de Madre Madalena que dedicaram suas vidas para a realização do projeto de Deus. Hoje, queremos partilhar o testemunho de Madre Benícia Dahm.
Acompanhe a trajetória dessa missionária que “tocou corações e construiu histórias”:
No início da missão das Irmãs Franciscanas da Penitência e Caridade Cristã no Brasil, diversas Irmãs vieram da Alemanha e exerceram seus discipulados em nosso país. Uma dessas missionárias chamava-se Irmã Benícia Dahm. Nascida em Wintersdorf – próximo a cidade de Tréveris – aos 29 de junho de 1880, fez sua profissão em 1903, embarcando para o Brasil em junho do mesmo ano.
Em seus primeiros anos na nova pátria, dedicou-se à missão de educadora no Colégio Sagrado Coração de Jesus, em Santa Cruz do Sul. Posteriormente, esteve no Colégio São José, em São Leopoldo, retornando para Santa Cruz em 1926.
Em 1931, foi transferida para o Colégio Bom Conselho, onde atuou como Ministra da Comunidade local até sua Páscoa, em 30 de maio de 1946. Foi exemplo de mestre e educadora e seu testemunho de vida inspirava a comunidade local. Uma de suas alunas, Consuelo Temes, teria sugerido o nome de “Madre Benícia” para batizar o grupo escolar situado na Lomba Grande, que posteriormente transformou-se em Instituto Estadual Madre Benícia (fonte: José Edimar de Souza – “o ‘Madre Benícia’ nas memórias de uma professora: o álbum de recordações de Cléris Becker”; tal registro também é encontrado nas crônicas de 1947, que relatam a feliz surpresa das Irmãs ao receberem ofício da Secretaria de Educação e Cultura do estado do Rio Grande do Sul, prestado essa homenagem a Madre Benícia).
De coração acolhedor, em suas últimas palavras, ao despedir-se de suas Irmãs, disse: “se eu trabalhei com animação, com grande animação, foi porque encontrei na amizade das senhoras a força para ir sempre avante.”
Continuando a série “Testemunhos que tocam corações e constroem histórias”, hoje queremos partilhar a biografia de Irmã Hedviges Loch.
Deus certamente chama à missão homens e mulheres de coragem e grande desejo de doar-se aos irmãos e irmãs. Uma dessas filhas dedicadas foi a Irmã Hedviges Loch. Nascida em 07 de janeiro de 1914, em Forqueta – então pertencente ao município de Lajeado – a jovem Rosa Loch (nome de batismo de Irmã Hedviges) conheceu as Irmãs Franciscanas da Penitência e Caridade Cristã através da atuação das religiosas nos hospitais da região.
Foi aceita como juvenista no Hospital Santa Cruz e ingressou no postulado em 1935. No ano seguinte, recebeu o nome de Irmã Maria Hedviges, emitindo seus votos religiosos em 03 de fevereiro de 1937.
Seu primeiro campo de apostolado foi a Santa Casa da Misericórdia, em Porto Alegre. Ali atendia aos numerosos pacientes que vinham em busca dos serviços de Raio X, nos quais Irmã Hedviges especializou-se, fazendo diversos cursos.
Trabalhou em outras instituições nessa função, além de servir como Ministra Local nas comunidades. Esteve na Santa Casa, em Pelotas; no Hospital Centenário, em São Leopoldo; no antigo Sanatório Belém e no Hospital da Criança Santo Antônio, em Porto Alegre.
Em 1965, aceitou serenamente a missão de Ministra Provincial, inclinando-se às vontades de Deus e vivendo intensamente as mudanças na vida religiosa, na época do Concílio Vaticano II. Junto ao Conselho Geral e demais Ministras Provinciais, estando em Roma, pôde participar da solenidade de encerramento desse importante marco para toda a Igreja.
Em 1971, deixando as tarefas de Ministra Provincial, continuou sua dedicada trajetória junto as suas co-Irmãs e serviu por 6 anos no Hospital em Estrela. Posteriormente, foi acolhida no Hospital Santa Cruz, onde mais uma vez trabalhou no Raio X. Em 1990, com a fundação da Comunidade Nossa Senhora Rainha da Paz na instituição (atualmente a comunidade está localizada junto ao Pensionato São José, em São Leopoldo), Irmã Hedviges prontamente aceitou o convite e assumiu como Ministra Local.
Em 2003, foi transferida para o Lar Santa Elisabeth, em São Leopoldo, onde, sempre calma, atenciosa e agradecida, empenhou-se à vida de oração. Faleceu em 05 de agosto de 2007, véspera da Transfiguração do Senhor, retornando à casa do Pai Celeste.
Nossa querida Irmã Frediana Hammes é a primeira Irmã que recordamos na série “Testemunhos que tocam corações e constroem histórias”. Ela assumiu com confiança o projeto franciscano de amor e cuidado para com todas as criaturas de Deus. Conheça sua biografia, que nos inspira a seguirmos confiantes no Deus Bom e Providente:
Nascida em 31 de maio de 1924, em Arroio do Meio, foi a primogênita de sete filhos. Desde muito cedo, dedicou-se ao cuidado dos irmãos menores e aos trabalhos domésticos. Ainda criança, manifestou o desejo de ser Irmã. Entretanto, permaneceu em casa, ajudando a família, até seus 23 anos, quando, então, foi trabalhar no Hospital na cidade de Estrela, Rio Grande do Sul.
Na convivência fraternal com as Irmãs que ali trabalhavam, encontrou o caminho de sua vocação e professou seus votos em 1952, dedicando-se a Congregação das Irmãs Franciscanas da Penitência e Caridade Cristã.
A primeira comunidade que a acolheu foi a Nossa Senhora do Bom Conselho, em Porto Alegre, onde realizou sua missão junto a cozinha do estabelecimento. Na cidade, também trabalhou nas comunidades Santa Clara e Santa Família. Com mesmo empenho, serviu no Hospital em Bom Jesus.
Em 1961, mudou-se para São Leopoldo, dedicando-se à padaria do Colégio São José. Em dezembro de 1973, integrou o grupo das fundadoras da Comunidade do Pensionato São José, atualmente Comunidade Madre Ana. Nesta, por 43 anos, cuidou da horta, do jardim, do pomar, da água e das abelhas. Inspirada no amor de Deus pela Sua criação, Irmã Frediana Hammes soube colocar-se à serviço para proteger e cuidar da Casa Comum, com suas mãos obreiras e seu coração atencioso.
Aos 94 anos de idade, fez sua entrega definitiva ao Pai, falecendo em 25 de junho de 2018 e deixando um bonito testemunho da vida franciscana.